sábado, 13 de fevereiro de 2010

HOJE TE AMO






Te amo, e soam os arpejos de tua voz
e surgem desde a areia, asfixiada de êxtase,
cata-ventos de ébanos rosados, que são barcos etéreos
no oceano de tua pele e dos meus sonhos.
Libero plenilúnios que mutilam a noite
e subo a teu ombro meu alento de cinza
Avanços entre clareiras de infortúnios
pela imprudência sutil de teus suspiros
e é um conjuro de ervas o jardim de teu horizonte
por onde morde o Sol tua cintura suada e pressurosa.
Hoje te amo, cavalgando em um retângulo mudo
desde as crinas sedosas de teu talhe
e é um coro perene e implacável teu clamor ante o eclipse
Coração Selvagem!
Bebo em tua vertente a seiva de teu umbigo
e emirjo para teus olhos
para descobrir meu delírio nos montes de tua selva
Te amo, e o muro oculta sua lepra de musgos
e os bêbados do mapa ziguezagueiam
pelas fronteiras da derrubada,
onde já nada impede o exílio até seus seios,
e nada bloqueia meu êxodo de lábios
à borda interminável e sensual de teus abismos.-

Walter Faila
Argentina
Tradução: Maria Lua